quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O verdadeiro amor invalida o namoro

  Pesadelo ou Moda?

Como os cristãos em Corinto, nós temos como opções dois estilos de
amor - o de Deus ou o do mundo. Qual iremos escolher?
Eu tenho uma ilustração que poderá nos ajudar a compreender o nosso
papel como seguidores de Cristo e consequentemente o estilo de amor que
devemos adotar. Pode parecer um pouco estranho a princípio, mas
acompanhe a idéia. Fará sentido à medida que eu for explicando. Penso que
podemos enxergar o amor como algo que vestimos.
A partir do dia em que Adão e Eva desobedeceram a Deus e
costuraram umas folhas de figueira no Jardim do Éden, o mundo tem
experimentado algo como um pesadelo da moda, não em termos de
vestimenta mas em termos de amor. Quando o pecado desfigurou o projeto
original de Deus para o amor, a raça humana começou a  “vestir” uma imitação deturpada e corrompida, baseada no egoísmo e na
irresponsabilidade.
Mas como o amor de Deus é perfeito e duradouro, Ele criou uma
maneira para experimentarmos o Seu projeto para o amor mais uma vez. Ele
enviou Jesus Cristo para consertar as coisas. Em termos de moda, poderíamos
chamar o Autor e consumador da nossa fé de Estilista e Modelo de uma
expressão revolucionária de amor. Cristo deu a Sua vida por um mundo que o
rejeitou, e nos disse para amar os nossos inimigos. Ele lavou os pés dos
homens que o chamavam de Mestre e nos ordenou que servíssemos uns aos
outros em humildade.
Ele nos deu o padrão - “Como eu vos amei, vocês devem amar uns aos
outros.”(Jo 13:34) - e nos mandou compartilhar isso com o mundo.

Super  Modelos

Talvez você nunca modele alta costura em Nova Iorque ou Paris, mas
como um cristão você modela o amor de Deus para o mundo. Compreender
esta responsabilidade afeta profundamente a nossa abordagem nos
relacionamentos, especialmente no nosso namoro. Quando namoramos
representamos o amor de Deus não apenas à outra pessoa do relacionamento,
mas também às pessoas que nos observam.
Como cristãos, precisamos lembrar que o perfeito amor de Deus não é
apenas para o nosso benefício. Uma modelo veste roupas para atrair a atenção
à criatividade do estilista. A modelo expõe o trabalho dele, mas a reputação
do estilista é que está em jogo, não a da modelo. Do mesmo modo, como
cristãos modelamos o amor de Deus, independente se nos damos conta disso
ou não. As pessoas nos observam, e o que elas vêem afeta a reputação de
Deus em relação ao amor que tem pela sua criação. Se dizemos que seguimos
a Cristo e vestimos o estilo deturpado de amor do mundo, nós arrastamos o
nome e o caráter do nosso Senhor na sujeira.
Por esta razão, devemos nos perguntar: “Estou modelando o amor de
Cristo? As minhas motivações e ações neste relacionamento refletem o
perfeito amor que Deus tem me mostrado?” Como é que você responderia a
estas perguntas neste momento?
Eu Me Amo                                                        


Eu acredito que podemos modelar o perfeito amor de Deus quando
evitamos os hábitos negativos do namoro. E fazê-lo requer que
reconheçamos e rejeitemos o padrão de amor do mundo. Primeiramente
precisamos entender que todas as decepções do mundo advém da crença de
que o amor é basicamente para a realização e conforto de si mesmo. O
mundo envenena o amor ao concentrar primeiramente na satisfação das
necessidades da própria pessoa.
Nós testemunhamos este veneno no namorado ou namorada que
pressiona o parceiro para transar. Você já ouviu esta cantada?  “Se você
realmente me amasse você faria isso.” Em outras palavras:  “Eu não me
importo com você, com suas convicções ou como isso pode machucá-la
emocionalmente satisfaça as minhas necessidades.” E aquele que namora com
alguém pois promove a sua popularidade mas depois abandona o
relacionamento quando uma pessoa de um estrato social mais alto aparece?
Apesar do primeiro exemplo ser mais extremo, ambos os casos ilustram o
“amor” centrado em si mesmo em ação.
Depois nos dizem que o amor é basicamente um sentimento. À primeira vista
isto parece bastante inocente - frequentemente sentimos o amor, e isto não é
necessariamente errado. Mas quando fazemos com que os sentimentos sejam
o teste máximo do amor, nós nos colocamos como o mais importante. Sozinhos, os nossos sentimentos não fazem nenhum bem aos outros. Se um
homem “sente” amor pêlos pobres mas nunca os dá dinheiro para ajudá-los
ou nunca demonstra carinho por eles, de que valem os seus sentimentos? Eles
podem beneficiá-lo, mas se as suas ações não comunicarem este amor, os seus
sentimentos não significam nada.
Ao inflacionarmos a importância dos sentimentos, negligenciamos a
importância de colocarmos o amor em ação. Quando avaliamos a qualidade
do nosso amor por alguém apenas pela nossa própria realização emocional,
nós praticamos o egoísmo.

Caí e não consigo me levantar

A segunda mentira sobre o amor lida com a responsabilidade pessoal.
O mundo nos diz que o amor está além do nosso controle.
Este modo de pensar já firmou raízes na nossa língua. Nós
descrevemos o início de  uma paixão como estando  “caído de amor por alguém”. Ou as pessoas dizem:  “Nós estamos loucos de amor um pelo
outro”. Provavelmente você mais do que apenas alguém ouviu alguém dizer
estas coisas - ou você mesmo, talvez, as tenha dito.
Porque somos inclinados a comparar o amor a um buraco (aonde se
cai) ou a um desequilíbrio mental? O que estas declarações revelam sobre a
nossa atitude em relação ao amor? Acho que fazemos estas analogias
exageradas pois elas removem a responsabilidade pessoal. Se uma pessoa cai
em um buraco, o que se pode fazer? Se um animal contrai a raiva e saí
correndo espumando na boca e mordendo as pessoas, não há nada que ele
possa fazer pois está com a raiva.
Soa um pouco absurdo discutir o amor nestes termos? Eu acho que
sim. Ainda assim temos a tendência de expressar a nossa experiência de amor
desta forma. Pensamos em amor como algo fora do nosso controle e isto nos
desobriga de nos comportarmos responsavelmente. Em casos extremos,
pessoas tem acusado o amor de assassinato, imoralidade, estupro e muitos
outros pecados. Tudo bem, talvez nem eu nem você tenhamos feito estas
coisas. Mas talvez você mentiu para os pais ou amigos por causa de um
relacionamento. Talvez você forçou o seu parceiro a ir longe demais
fisicamente. Mas se o amor está fora do nosso controle, não podemos ser
responsabilizados. Sim, nós sabemos que nos comportamos
imprudentemente. Sim, nós sabemos que talvez tenhamos machucado
pessoas no processo, mas não podíamos fazer nada. Estávamos apaixonados,
estávamos amando.

Um tapa na cara

O mundo pode definir e defender o amor nestes termos, mas a Bíblia
oferece uma perspectiva diferente. Para a pessoa que pratica o amor do
mundo que é centrado em si mesmo e fora do seu controle, a definição de
Deus pode ser tão surpreendente quanto um tapa na cara.
O mundo nos leva a uma tela prateada passando imagens de paixão e
romance, e enquanto assistimos, o mundo nos diz:
Isto é amor.” Deus nos leva ao pé de um tronco em que um homem nu
e sangrando está pendurado e diz: „„Isto é amor.”
Deus sempre define o amor apontando para o Seu Filho, A Palavra
tornou-se carne e viveu entre nós para nos dar Um ponto de referência, um
exemplo vivo e revolucionário do amor verdadeiro. E o antídoto de Cristo para o veneno do amor centrado em si mesmo é a cruz. “Se alguém quiser vir
após mim,” disse Jesus,  “negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”
(Mt 16:24)
Cristo ensinou que  amor não é para a realização de si mesmo, mas para o bem
dos outros e para a glória de Deus. O verdadeiro amor é abnegado. Ele dá; ele
sacrifica; ele morre para as suas próprias necessidades. “Ninguém tem maior
amor” disse Jesus, “do que aquele que dá a sua vida pêlos seus amigos. “(Jo
15:13) Ele sustentou as suas palavras com as suas ações  - Ele deu a sua vida
primeiro por todos nós.
Cristo também mostrou que o  amor verdadeiro não é medido ou regido por
sentimentos. Ele foi para a cruz quando todas as suas emoções e instintos em
seu corpo diziam para ele se afastar. Você já leu o relato de Jesus orando no
Jardim do Getsêmani? Ele claramente não teve sentimentos que o incentivaram
a enfrentar os espancamentos, ser pendurado na cruz e entregar a sua vida.
Mas Ele colocou os seus sentimentos diante do Pai, se entregando à vontade
do Pai. Os sentimentos de Jesus não foram o teste do Seu amor e nem foram
o Seu senhor.
Cristo quer que tenhamos a mesma atitude. Ele não disse: “Se vocês me
amam, vocês sentirão uma gostosa e continua emoção religiosa.” Ao invés
disso Ele nos diz: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos.”
(Jo 14: 15) O amor verdadeiro sempre se expressa em obediência à Deus e em
serviço aos outros. Bons sentimentos são legais mas não são necessários.
O exemplo de Jesus também nos mostra que o amor está sob o nosso
controle. Ele  escolheu nos amar. Ele escolheu entregar a sua vida por nós. O
perigo de acreditar que você  “é tomado por uma paixão” é que da mesma
forma, inesperadamente, você pode  “perder todo o amor.” Você não fica
contente pelo fato do amor de Deus não ser assim tão imprevisível? Não é
bom saber que o amor de Deus está sob o Seu controle e não é baseado em
caprichos do momento? Precisamos descartar o conceito errôneo de que o
amor é uma  “força” estranha que nos joga de um lado para o outro como
folhas ao vento contra a nossa vontade. Não podemos justificar fazermos
aquilo que sabemos estar errado dizendo que o  “amor” nos pegou e  “fez”
com que nos comportássemos irresponsavelmente. Isto não é amor. Ao invés
disso, é o que a Bíblia, em l Ts 4:5, chama de “paixão de desejo desenfreado”.
Nós expressamos o amor verdadeiro em obediência a Deus e no serviço aos
outros - não com um comportamento descuidado e egoísta  - e nós escolhemos
estes comportamentos.


                 -      O verdadeiro amor invalida o namoro



Tendo apresentado estas verdades sobre o amor, vamos fazer uma
aplicação prática. Se o namoro depende da nossa atitude em relação ao amor,
o que acontece ao namoro quando assumimos as atitudes de Cristo?
Saem faíscas.
O amor verdadeiro de Deus praticamente invalida namoro da forma
que conhecemos. Pense um pouco - quando você namora guiado pela atitude
do mundo de que o amor é para o seu próprio benefício, você baseia as suas
decisões de namoro no que é o melhor para você.
. Infelizmente, somos submetidos, com  freqüência, à definição de amor dada pelo mundo. Em
primeiro lugar, a motivação deles é centrada em si mesmos. Um garoto saiu com uma garota porque ela era bonita, outros rapazes gostavam dela e ela o satisfazia
sexualmente. O seu critério para buscar um relacionamento com ela se
compara com o critério para escolher uma calça jeans  - me faz sentir bem e
valoriza a minha imagem.A garota não estava em melhor posição. Ela gostava
do garoto pois ele era um  “premio” - ele era simpático e atlético  e tinha um
carro legal. Eles atendiam as necessidades emocionais e físicas e valorizavam a
imagem um do outro.
Mas se eles tivessem se afastado das atitudes do mundo centradas em si
mesmas, muitas das  “boas razões” para buscar o romance no namoro
começariam a desaparecer. E se eles tivessem se perguntado: “Qual é
a minha razão real para estar romanticamente envolvido com esta pessoa? O
que estou procurando que não seria encontrado em uma amizade? Estou
egoisticamente procurando a minha própria realização? O que estou
comunicando a ele (ou ela)? Estou despertando emoções que não estou
pronto para atender? Será que de (ou ela) vai se machucar se eu permitir que
este relacionamento prossiga agora? Este relacionamento irá ajudar ou dificultar o andar dele (ou dela) com Deus?” Precisamos começar a nos fazer
este tipo de pergunta. Será que esta atitude focada no outro é mais
complicada? Talvez. Mais santificada? Definitivamente. Toda a nossa
motivação é transformada quando extraímos o veneno do amor a si próprio.
Mais mudanças ocorrem quando buscamos amar com o amor de Cristo.
   Ambos compraram a idéia do mundo de que o amor estava além do
controle deles. Os seus sentimentos governavam as suas ações. Eles estavam
escravizados ao que l João 2:16 chama de “a cobiça da carne” e “a cobiça dos
olhos”. Eles geralmente usavam o fato de “estarem apaixonados” como uma desculpa para desobedecerem a Deus. No seu relacionamento físico, eles
agarraram tudo que podiam  - e no final até o que não podiam  - dos limites
estabelecidos antes do casamento. Acabaram mentindo aos pais e violando a
pureza do outro, tudo em nome do amor. Os sentimentos os governavam, e
finalmente, quando os sentimentos terminaram, o relacionamento também
teve o seu fim.
       Mas e se  dessemos conta de que iriamos responder
diante de Deus pelas nossas ações  - independente se estavam “se amando” ou
não? Teriamos mandado os nossos sentimentos passearem.

Precisamos esquecer os nossos  instintos pecaminosos! Pela nossa natureza, os nossos instintos
querem nos colocar no caminho da destruição. Não deveríamos deixar que os
nossos sentimentos determinassem o tom ou o ritmo dos nossos
relacionamentos. Ao invés disso, precisamos permitir que a sabedoria e a
paciência e a abnegação nos guiem.

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